Na luta contra a AIDS, meu caminhar está valendo para alguma coisa?

1 de dezembro – Dia mundial de luta contra a AIDS.

Hoje não caminhei. Passei o dia pensando nessas questões

Qual está sendo minha contribuição?

O que faço vai fazer com que algo mude?

Pessoas em praças, grupos de amigos na esquina, quando almoçava em um restaurante,  com operários na rodovia ou com curiosos e curiosas que me viam passar com o carrinho e etc. Com toda essa gente eu procurava refletir sobre sexualidade, preconceitos e HIV/AIDS. Nos cinco meses que estou  no Peru quase não fiz esse tipo de intervenções, pois em minhas primeiras tentativas  as pessoas pareciam não ter muito interessadas em me escutar. No Peru fui convidado para falar sobre HIV com um pequeno grupo de estudantes apenas uma vez.

Outro espaço que eu tinha para compartilhar experiências e saberes em torno dessa temática  era entrevistas em jornais, rádios e canais de televisão. No país fui entrevistado apenas quatro vezes e agora aqui no norte um pouquinho mais.

Não conversei com nenhum grupo de pessoas vivendo com HIV, não visitei nenhuma instituição que atua na prevenção, até mesmo porque  há apenas em algumas cidades peruanas organizações da sociedade civil que atuem nessa área.

A última vez que tentei conversar com alguém da área da saúde aqui no Peru para conhecer as estratégias de prevenção e os desafios que enfrentam as pessoas com HIV, a médica que me recebeu pedia insistentemente que eu definisse o que era AIDS, ao que tudo indica minha imagem não lhe transmitia muita credibilidade.

Além disso, estou consciente que ações isoladas, ainda que as intenções sejam boas, os resultados são quase irrisórios. Atuações de coletivos são sempre mais impactantes, obviamente mais efetivas.

Estou lendo poucos artigos sobre o tema e também devido ao cansaço da caminhada praticamente não escrevo nada diante da ineficiência  de governos, em especial o do Brasil em políticas públicas que alterem o atual cenário da epidemia, o que às vezes pode até ser visto como omissão de minha parte.

Com isso diria que meus objetivos não foram atingidos?

Eu tenho consciência que minha contribuição é muito pequena. Mas ainda assim quero partilhar com as pessoas meus conhecimentos, quero escutá-las, quero aprender com elas. Quero com meus passos me sentir próximo a todas e todos que lutam pelos direitos das pessoas com HIV, de todas e todos que trabalham para que não haja mais novos casos. Quero me sentir próximo às pessoas que enfrentam estigmas e preconceitos.

E há algumas situações em que vivi esse ano que me fazem ver que ao menos para um grupinho de pessoas o Caminho de Aline está valendo a pena.

Lembro que em Andahuyalas, em uma feira, um casal viu o laço vermelho no carrinho e parou para me fazer perguntas, eram pessoas humildes, falavam com um pouco de timidez. As perguntas revelavam que não sabiam muito sobre esse assunto, mas estavam super interessados em aprender.

Na semana passada, li um comentário sobre uma entrevista que fizeram comigo. Era um comentário impregnado de preconceito, de moralismo e de falta de conhecimento. Nesse sentido, toda tentativa individual ou coletiva para que as pessoas sejam mais tolerantes e empáticas é válida.

Ao longo desse ano recebi algumas mensagens de pessoas que me contaram como estão lidando com o diagnóstico positivo para HIV, partilharam comigo suas inquietudes. Recebi cada mensagem com profundo respeito e  atenção. O fato de confiarem em mim já me faz dizer que sim, está valendo a pena.

¿Cuál es el sentido de mi caminata en la lucha contra el SIDA?

 

Día mundial de lucha contra el SIDA 2019

No caminé hoy. Pasé el día pensando en estas preguntas

¿Cuál esta siendo mi aporte?

¿Lo que hago hará que algo cambie?

Personas en las plazas, grupos de amigos en la esquina,  personas almorzando en un restaurante, conversas con trabajadores en la carretera o con personas curiosas que me vieron pasar con el carrito, etc. Con todas estas personas traté de reflexionar sobre sexualidad,  prejuicios y el VIH / SIDA. En los cinco meses que llevo en Perú no hice ninguna de esas intervenciones, porque en mis primeros intentos la gente parecía no estar muy interesada en escucharme. En Perú me invitaron a hablar sobre el VIH con un pequeño grupo de estudiantes solo una vez.

Otro espacio que tenía para compartir experiencias y conocimientos sobre este tema eran las entrevistas en periódicos, radios y canales de televisión. Pero en el país me entrevistaron justo unas pocas veces (ahora acá en el norte un poquito más).

No he hablado con ningún grupo de personas que viven con el VIH, no he visitado ninguna institución que trabaje en prevención, e porque solo hay en algunas ciudades peruanas organizaciones de la sociedad civil que trabajan en esta área.

La última vez que intenté hablar con alguien de salud aquí en Perú para conocer las estrategias de prevención y los desafíos que enfrentan las personas con VIH, la médica que me recibió insistentemente me pedía para definir  lo que es el SIDA, creo  que mi imagen no le pasó mucha credibilidad.

Además, soy consciente de que acciones aisladas, aunque con buenas intenciones, son casi insignificantes o con resultados diminutos. Las actuaciones colectivas siempre son más impactantes y efectivas.

Estoy leyendo pocos artículos sobre el tema y, debido al cansancio de la caminata, prácticamente no escribo nada frente a la ineficiencia de los gobiernos, especialmente de Brasil, y la ausencia de políticas públicas que puedan cambiar  el escenario actual de la epidemia.

¿Mis objetivos no se cumplieron?

Soy consciente de que mi contribución es muy pequeña. Pero todavía quiero compartir mi conocimiento con la gente, quiero escucharlos, quiero aprender de ellos. Quiero seguir mis pasos para sentirme cerca de todos los que luchan por los derechos de las personas con VIH, todos los que trabajan para que no haya nuevos casos. Quiero sentirme cerca de las personas que enfrentan estigma y prejuicio.

Hay algunas situaciones que he experimentado este año que me hacen darme cuenta de que, al menos para un pequeño grupo de personas, el Caminho de Aline está es significativo.

Recuerdo que en Andahuyalas, en una feria, una pareja vio el lazo rojo en el carrito y se detuvo para hacerme preguntas, eran personas humildes, que hablaban tímidamente. Las preguntas revelaron que no sabían mucho sobre este tema pero estaban muy interesados ​​en aprender.

La semana pasada leí un comentario sobre una entrevista que hicieron conmigo. Fue un comentario lleno de prejuicios, moralismo y falta de conocimiento. En este sentido, cualquier intento individual o colectivo de hacer que las personas sean más tolerantes y empáticas es válido, ¿no?

En el transcurso de este año, recibí algunos mensajes de personas que me contaron como  recibieron el diagnóstico positivo de VIH, compartieron conmigo sus preocupaciones, temores y sus horizontes. Recibí cada mensaje con profundo respeto y atención.  El hecho de que confiaron en mí ya me hace decir que sí, cada quilómetro de esos más de 7800   valió la pena.

 

Open chat